agosto 2, 2009 at 7:13 pm (Uncategorized)

Uthopia song II

 

O dia está triste, baby…

e todos sabem que eu ando pra baixo

mas eu terei minha vingança

Em breve!

Meus cantos selvagens farão o chão estremecer.

Da montanha mais alta

contemplarei sua destruição.

Das trevas, cinzas e escombros,

nascerá um dia leve

suave como pluma

& com néctar de tangerina.

Mais doce ainda

 

lábios de bela menina

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junho 25, 2009 at 3:19 am (Uncategorized)

Canção desconhecida de meninos e meninas III

 

Acordou de manhã e a garota estava ao seu lado. O cheiro de cigarro emanava do interior de sua alma. Compreendeu porque havia sonhado com incêndios. Quando conseguiu discernir alguma coisa em meio à bruma cerebral que segue o instante do despertar, percebeu que aquela não era a sua casa. Tentou lembrar do que acontecera na noite passada, mas foi impossível. Sua cabeça latejou dizendo que ele havia bebido demais. Ficou ali parado por algum tempo observando a garota dormir aconchegada em seu peito. Ela abriu os olhos lentamente. Tinha lindos olhos azuis, embora parecessem meio frios:

– Bom dia, quando você sair tranque a porta e jogue a chave por baixo, sim?

Ele nem precisou falar nada. A garota sacava das coisas. Sabia que era mais fácil deste jeito. Provavelmente também não lembrava do que tinha acontecido na noite anterior. Beijou-a carinhosamente e disse meio sem jeito:

– Muito prazer em conhecê-la.

Levantou e vestiu as roupas sob um olhar atento.  Os olhos azuis  revelavam confiança e preguiça matinal ao mesmo tempo.

Quando fechou a porta e ganhou a calçada, o sol da manhã quase o deixou cego. Jogou os restos do pacote de camisinhas na lixeira e pensou que na verdade nem havia conhecido aquela garota. A vida era estranha e tinha gosto bom. Mas os muros da cidade eram muito altos.

 

Poi Zé.

 

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junho 16, 2009 at 12:45 am (Uncategorized)

Claustrophobia

 

Mal consigo respirar

Vós desejais o ‘alcançar o topo’. Sucesso!

Mas este é um espaço mui restrito

Pilhéria do sistema, não há lugar para todos

 

no cume.

Poucos em detrimento de muitos. Mesmo

assim quereis…

Ó insaciável demência!

 

As palavras vestem máscara de anjo

& de demônio para a batalha.

Ferem como farpa pontiaguda. Vence

o mais impetuoso & eficaz com o machete.

Ele pode fazer até a alma de um drugue sangrar

Com a ultraviolência de uma panthera

 

negra, faminta & traiçoeira

Dilacera a carne e os sonhos no jantar

 

Como o garoto que brinca na rua poeirenta ao pôr-do-sol,

eu só quero ser puro.

Anseio por um ar que dê fôlego a meu

pulmão desajustado & cancerígeno.

Os puros não choram lágrimas quentes de

solidão…

 

Poi Zé.

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junho 9, 2009 at 1:39 am (Uncategorized)

24 Hrs.

 

Sozinho. Sala do apartamento. Pela manhã observava os prédios com olhos de caleidoscópio enquanto o dia seguia cinzento. Ouvia os pássaros cantarem dentro das gaiolas no pet shop da esquina. Sentia-se um pouco como eles. E daqui a pouco, ainda teria de trabalhar.

 Noite…

  Morfeu!

 Tito e Tarântula tocavam naquele bar de strip-tease

Uma morena de coxas grossas sempre dançava

nua

em cima da

mesa.

Tequila!!

Certo Dia

Ela me olhou diferente

Olhos profundos e devoradores

Ela beijou e sugou-me a alma

Foi molhado e intenso

Deslizei minha mão até o seu sexo

Veludo…

Seu namorado protestou imediatamente

Enfiei-lhe uma bala bem no meio da testa

O sangue escorreu lentamente…

Segundos.

Morte.

Orgasmo.

 ACORDOU COM UM SUSTO. Um maldito carro de propaganda fazia a janela de seu quarto tremer com seus contos ilusórios de felicidade. Não quero comprar nada! Deixem-me em paz! Adormeceu na noite anterior pensando em Joana.

– Pior é encontrá-la nos botecos sempre com um cara diferente! – dizia aos amigos. O morno resplendor de uma carícia é apenas a sombra de uma lágrima. Sempre lembrava das frases de Efraim.

– Você transou com a melhor amiga dela, cara! – lembrava-lhe Caio – Mas se bem que ela era um docinho…

Levantou-se vagarosamente, vestiu a roupa, escovou os dentes e saiu para a labuta diária.  Impostos & trabalho são os fardos da civilização capitalista. A leitura & os sonhos & a masturbação são prazeres solitários.

 

Poi Zé.

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maio 30, 2009 at 7:57 pm (Uncategorized)

Sociedade 

Ela me quer barbeado.

Juventude cerceada… Yeah velho Buk!!

Espreitam a lâmina nos pescoços…

Quantas pessoas especiais foram mudadas?

Endurecidas lentamente com a suavidade impiedosa dos grãos de areia

de uma ampulheta velha. Ninguém percebeu…

Odiosa amada minha!

Estou distante demais para permanecer próximo

e muito perto

para manter a distância necessária.

Morri mil vezes e apenas um segundo se passou…

Lição aprendida! Deseje-me sorte.

Quando tiveres um momento de felicidade, grite o mais alto possível.

AAAAHHH!

Faça os ouvidos dela sangrarem.

 

Poi Zé.

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